A trajetória que resultou no Festival Proclama Rock de 2010 não foi curta. Depois de um ano adquirindo experiências, observando os diferentes perfis de público-rock da capital, os diferentes “nichos”, partimos para construção do que seria o evento. E para nossa felicidade, com pouco mais de um mês em plena publicidade, o resultado não poderia ser mais positivo! Sim, a segunda edição do Festival Proclama Rock foi um SUCESSO, tanto em termos de estrutura, qualidade da programação, local e público! Quem foi não vai pensar duas vezes e assinar o que vou comentar nas linhas que se seguem. O planejamento foi tão eficaz, que uma semana antes do evento, já prevíamos como poderia ser, uma vez que já existia uma atmosfera amena e fértil, quando falávamos às pessoas sobre o festival, que foi concebido e executado apenas com recursos dos próprios integrantes da OCT, com apoios de produtores, empresas (em espécie) e coletivos relacionados ao segmento rock da capital.
Após PanImoral, foi a vez do Mad Sozen, banda da casa, que apesar de ser recente, tem conquistado o seu espaço, pelo talento excepcional de alguns de seus membros, como o vocalista, que além de ser muito afinado, sempre está bem a vontade no palco. Sobre o show, mandaram vários clássicos do rock e levaram a galera ao delírio, concentrando muita gente na frente do palco. Assim como PanImoral, incendiaram o público, que naquela altura, começava a chegar em massa. Então, por volta das 23:00h, N3CR subiu ao palco. Foi só anunciar a banda, que a galera chegou junto e em pouco tempo, o salão estava lotado! O show foi energético, do início ao fim. Foi a segunda vez que vi a banda, e constatei as minhas primeiras impressões: ótima presença de palco de todos os integrantes, principalmente do vocalista, músicas muito boas e redondamente executadas, e bem divulgadas, pois grande parte da galera cantava com a banda. Durante os show rolaram até ‘rodinhas’ e também tocaram uma música inspirada no filósofo Nietzsche. Enfim, o HC mandado por N3CR foi responsá! Showzaço mesmo!
Depois de 10 minutos do término do show da Tiasques, outra banda anfitriã e organizadora do Festival, subiu ao palco: Base Oculta. Formação nova, mas sem dúvidas, a melhor de todas a que a banda já experimentou: Tenio Moura (vocal), Caio B. e Guto (guitarras), Jósa Souza (baixo) e Dinho Moura (bateria). A experiência de Caio B. (ex-Males de Anto, Id-Rock, etc), o talento de Guto (estudante de Música da UFMT) e o empenho de Jósa, deram uma nova cara ao B.O.! A banda, durante a apresentação, conseguiu trazer a galera para frente do palco e empolgar todo mundo, com gestos, palmas, tanto em suas canções próprias, quanto nas suas releituras (Engenheiros do Hawaii, por exemplo). Foi um show muito legal, digno de Festival e também a altura da nova formação, que ainda tem muito a render! Parabéns B.O.!
Depois quem deu sequência foi Branco Ou Tinto, banda muito aguardada na programação do Festival. Afinal, qual banda cuiabana que mais produziu material que o B.O.T. durante 2010? O show foi simplesmente impecável! O Power trio está literalmente voando! Foi só terminar a primeira música que o salão estava lotado e ficou assim até o final. O show foi marcado quase que integralmente por canções próprias (muito boas, diga-se de passagem), e uma ou duas releituras de clássicos do rock, como “Ace Of Spades” do Motörhead. Uma das canções próprias (admito, sou suspeito de falar!) que incendiou a galera (ouvi gente dizer que via “Placebo” nela) foi “O amor caiu em desuso”. Enfim, parabéns B.O.T.! Todos temos orgulho de vocês!
Já era cerca de 01:30, quando Anhangá, outra banda muito esperada, subiu ao palco. Fiquei impressionado, e isso por vários motivos! Primeiro, a presença de palco da banda é impecável. Segundo, as músicas são ótimas, bem estruturadas e claras. Terceiro, era a primeira apresentação da banda, com a atual formação, que além de Danilo Sosai no baixo, agora conta com Rodrigo Cutiaro como guitarrista e vocalista. Além disso, a banda atende há vários requisitos fundamentais, como bons equipamentos, ótimo figurino e carisma. Enfim, foi outro show destruidor! Haviam muitas pessoas extasiadas, como um que agarrou o retorno e colocou junto ao ouvido para ouvir o solo de Rodrigo! (kkk) Por fim, foi uma grande satisfação ter Anhangá na segunda edição do Festival Proclama Rock!
A última banda da noite também era muito aguardada, principalmente pelos seus fãs, que foram, inclusive, uniformizados: Rhox! Esta é uma banda com vários anos de experiência, com muitas músicas próprias e inquestionáveis qualidades, a começar pela grande presença de palco dos integrantes. Nitidamente a banda tem entre as suas inspirações o Rage Against The Machine, claro! Letras politizadas, que realmente dizem algo que vale a pena se ouvir, em tom de manifesto. Showzaço também! Assim como várias bandas da noite, lotaram o salão do início ao fim, com muita energia. Da parte das bandas, Rhox fechou com chave de ouro!
Após um breve intervalo, que fechou a grade de programação foi André Gorium, com um notebook e um setlist dançante, embalou os presentes ensandecidos até cerca de 05:30h. André tem um trabalho muito bacana e sem dúvidas, é uma surpresa muito agradável nesse meio. Foi uma satisfação tê-lo na programação!
Teriam muitos outros acontecimentos a serem destacados no Proclama desse ano, como por exemplo, a exposição de Fanzines super-interessante que estava acontecendo ao lado das mesas de sinuca, organizada por Carol Martins. Lá tinham fotos de movimentos, tendências musicais, intelectuais anarquistas e mensagens políticas de alto nível – “Faça Você Mesmo”!
O texto está um pouco longo, mas não poderia ser diferente, pois o Proclama Rock 2010 foi tudo isso e mais um pouco, que meus olhos solitários, por serem somente dois, não puderam registrar mais informações além destas. Um grande abraço a todos (as) e espero, em nome da OCT, que todos possam se inspirar nessas ações e tomarem a iniciativa agirem de alguma forma, pois a cena rocker cuiabana precisa se renovar, necessita de novos agentes, de um novo ciclo, que temos certeza, que está por vir.
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